Programador: Uma profissão para “servir”
Hoje o professor Isidro tá filosófico 🙂
Como católico que sou (e com muita alegria e honra), tenho tentando me manter em estudos também sobre a doutrina da Santa Igreja Católica a qual faço parte. Mas, Isidro, essa é uma publicação religiosa? Não! Mas quero fazer alguns paralelos.
Ano passado me deparei com este texto aqui do Padre Francisco Faus que utilizei para uma palestra que ministrei a um grupo de adolescentes da minha paróquia sobre servir.
E para minha “surpresa” (coloco entre parêntesis porque nada é por acaso), eu vi muito da nossa profissão naquelas palavras. Sem querer dar um spoiler, mas adiantando algumas coisas do texto (sugiro de coração que vocês leiam de coração aberto), lá fala que a palavra servir tem 2 significados muito claros, presentes numa frase que é a seguinte: Para servir, servir.
Confesso que isso me deixou intrigado de certa maneira e ao mesmo tempo minha cabeça começava a explodir por conta das semelhanças com a nossa profissão. Mas vamos lá pra entender esse contexto:
Primeiro sentido: “servir” como “prestar-se a”
Como assim, Isidro? Pois é. Será que nós “prestamos” a sermos programadores? Temos vocação para isso? Assumimos sermos Developers como nossa carreira, e não apenas como um emprego? Temos a idéia de que vamos estudar pela vida toda e teremos sempre aquela sensação de que a cada dia que estudamos, a única coisa que temos certeza é que precisamos estudar mais e mais?
Pois bem, se você entendeu que ser um Programador é saber que essa “cruz” faz parte do seu dia-a-dia, parabéns. Senão, talvez seja bacana rever até a questão de estar na carreira que te realiza.
Confesso que isso mexeu muito comigo e que me deixou com mais convicção ainda de que estou na carreira que amo.
Segundo sentido: “servir” como “ter o espírito de doar-se”
Essa parte é densa (e tensa) rsrs. Não sei se já te contaram, mas os developers vivem para resolver problemas para os outros. A gente vive para resolver problemas e servir pessoas que não fazemos idéia. Eu sempre digo aos meus alunos (e nas palestras que tenho oportunidade de ministrar) que software só é software se for usável, caso contrário é apenas um amontoado de linhas de código!
Raramente produzimos software para uso próprio. Em geral fazemos desde o sistema para o comerciante do bairro até sistemas de grande porte, na nuvem, para milhões de usuários.
A pergunta que refleti lendo esse texto é justamente essa: Temos o espírito de servir, fazendo software com amor (e não tô falando de sentimento) para ajudar pessoas que com certeza jamais veremos?
O site que será usado não pelo nosso cliente, mas pelos clientes do nosso cliente (que não fazemos idéia de quem seja), o sistema da empresa que tem um funcionário que será o operador (e não o proprietário que irá pagar por ele), e muitas outras situações.
Quando a gente fala, na cultura do DevOps sobre “foco no cliente”, é justamente isso: Temos espírito de serviço para juntos, mesmo com todas as dificuldades, ajudarmos uma terceira pessoa?
Bom, sem me alongar demais, vou encerrando por aqui. Hoje como estou filosófico e com a veia católica mais aflorada (rsrsrsrs), quero dizer que todos vocês, meus alunos (presenciais ou remotos) estão e estarão sempre em minhas orações e que desejo muito sucesso a todos vocês.
Um abraço
#vamosprogramar